Artistas não compreendidos! Acreditem! O crítico de teatro tem várias e importantes funções. A crítica é necessária para auxiliar o espectador distinguir, analisar e compreender os diferentes estilos estéticos. O fato de os artistas de teatro utilizarem muita criatividade para conduzir o espectador a novas possibilidades e sensações faz com que, em alguns casos, essa tentativa de comunicação não aconteça com êxito; então cabe ao crítico decodificar os elementos colocados no palco. O crítico deve assistir o espetáculo e transcrevê-lo de forma sucinta e compreensiva para o público em geral.
Outra função do crítico é atualizar uma tradição, mesmo contrariando algumas de suas preferências, e divulgar novas possibilidades de leitura. O significado de uma obra pode ser visto por um ângulo diferente de acordo com cada momento da história. É o crítico quem aponta como se constituiu essa nova perspectiva e o que ela realmente pode acrescentar de novo.
Além disso, o crítico dialoga com o artista a fim de fazê-lo refletir sobre o seu trabalho. Geralmente, o que o artista tem de devolutiva são: o aplauso, o riso, a vaia e os elogios dos amigos (comentários esses muitas vezes superficiais). O artista tem pouca oportunidade de refletir mais profundamente sobre o seu espetáculo. Dessa forma, o crítico é alguém especializado que contribui para a sua evolução.
As relações entre crítica e artistas sempre foram tensas ao longo da história do teatro. Há trocas de acusações de ambos os lados e é difícil conseguir estabelecer quem de fato está com a razão, se é que esta realmente existe. Porém o crítico com comentário consistente, com uma reflexão respaldada pelo conhecimento e pela pesquisa pode oferecer ao artista uma contribuição significativa para o desenvolvimento do seu trabalho. O crítico precisa ter em mente de que ele não é um “sábio”, e sim apenas o responsável por um ponto de vista.
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